No final de abril, em Minas Gerais, aumenta a movimentação de pessoas nas áreas rurais. É o começo da safra do café, produzido em cerca de 460 municípios, o que corresponde a mais da metade do total do Estado. Os trabalhos na colheita se estendem por mais de seis meses e geram muitos novos empregos no campo, inclusive para trabalhadores de outras regiões do país, que chegam com a perspectiva de melhorar a renda de suas famílias. Afinal, Minas é o maior produtor de café do Brasil, com aproximadamente 70% da produção nacional do arábica.
Para reduzir os riscos de disseminação da Covid-19 durante a safra do café, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) preparou uma cartilha com orientações específicas para a colheita. As informações têm como referência o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde. A data escolhida para iniciar a divulgação foi 14 de abril, quando se comemora o Dia Mundial do Café.
A diretora-presidente da Emater-MG, Luisa Barreto, ressaltou a importância desse trabalho. “Mesmo durante a pandemia, a produção agropecuária não parou em nenhum momento. E a gente sabe que a produção de café, em especial, é fundamental para a economia mineira. Com esta cartilha, a Emater de Minas pretende ajudar os produtores a terem uma colheita mais segura nestes tempos de pandemia, buscando ajudar a manter a saúde de todos aqueles que são envolvidos nesse processo”, disse.
De acordo com Bernardino Cangussú, coordenador técnico estadual de Cafeicultura da Emater-MG, a cartilha será distribuída, por meio digital, para os produtores atendidos pela empresa, além de prefeituras e secretarias municipais de Agricultura, cooperativas, sindicatos rurais e outros parceiros. “O objetivo é fazer as informações chegarem ao maior número de produtores de forma rápida e segura”, explica.
As recomendações vão desde a higiene pessoal e dos materiais utilizados, até normas de transporte das pessoas para as lavouras. Por exemplo, os veículos devem ser desinfetados, antes e depois das viagens, com uma solução de uma parte de água sanitária para dez de água. Nos alojamentos para os trabalhadores que vierem de fora, a distância mínima entre as camas deve ser de dois metros. E, nos refeitórios, talheres e copos devem ser descartáveis. Também há orientações específicas para o trabalho de colheita. Na derriça do café, seja manual ou com derriçadeiras, o ideal é que cada fileira seja colhida pelas mesmas pessoas, mantendo a distância mínima de dois metros entre os trabalhadores
O alto índice de transmissão da Covid-19, maior do que na mesma época de 2020, poderá até afetar a contratação de mão de obra para a colheita, afirma Bernardino Cangussú. “Por isso, é tão importante seguir padrões sanitários adequados, para termos uma colheita que garanta segurança a todos os envolvidos no processo”, destaca o coordenador da Emater-MG.
Queda na produção
A pandemia do novo coronavírus será mais um desafio, em um ano já com perspectivas de baixa produção nas lavouras de café. De acordo com dados da Emater-MG, a safra de 2021 deve ter redução média de 40%, em relação ao ano anterior. Pela própria característica da cultura, este é um ano de bienalidade negativa, ou seja, em que as plantas produzem menos. Além disso, em algumas regiões do Estado, problemas climáticos, como calor excessivo e falta de chuvas na época da floração, prejudicaram ainda mais a produtividade. E os cafeicultores têm de lidar também com o aumento dos custos para a colheita, em função dos cuidados necessários para a saúde dos trabalhadores.
“Tudo isso impactou o custo para os produtores. E como não são eles quem definem o valor de venda do café, pois isso depende do mercado, os custos precisam ser diluídos na produtividade. Então os produtores devem sempre buscar ser mais eficientes na gestão das propriedades. Em 2020, os gastos para a prevenção da disseminação da Covid foram maiores, mas os custos acabaram sendo compensados por maior produtividade naquela safra e também pelos bons preços do café”, avaliou o gerente regional da Emater-MG em Manhuaçu, na Zona da Mata, Romulo Mathozinho.
Para a safra de 2021, muitos investimentos feitos na área sanitária, como instalação de mais lavatórios e outras adaptações nos alojamentos, ainda poderão ser usados, reduzindo o peso na renda dos produtores.
Vale lembrar que as recomendações das autoridades de saúde permanecem as mesmas, seja no campo ou nas cidades, mesmo para quem já foi vacinado contra a Covid-19: utilização da máscara cobrindo o nariz e a boca durante todo o tempo em que estivermos fora de casa. E também lavar as mãos com frequência até a altura dos punhos, com água e sabão, ou higienizar com álcool gel a 70%. É importante ainda manter um distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas.
Caso tenha dúvidas e precise de mais orientações para a colheita do café, procure a Emater-MG de seu município. Os contatos de todas as unidades da empresa podem ser acessados no site www.emater.mg.gov.br
Para acessar a cartilha, CLIQUE AQUI
Fonte Destaque Diário
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