A audiência pública discutiu os impactos ambientais que a extração de minérios causa na região (Foto: ALMG)
Moradores do distrito de Belisário, Rosário da Limeira e Miradouro fretaram dois ônibus e foram essa semana à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, participar de uma audiência pública para reivindicar contra o avanço da extração de minérios na região.
A audiência foi solicitada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT) com o objetivo de debater os impactos socioeconômicos e ambientais da mineração na região.
De acordo com o professor do Instituto Federal de Educação do Sudeste de Minas (IF Sudeste) Lucas Magno, que também participou da audiência, a Serra do Brigadeiro tem uma das maiores jazidas brasileiras de bauxita, substância, que se transforma em alumínio após o refino.
Lucas explicou que a bauxita torna poroso o solo onde é encontrada, criando grandes reservatórios de água, o que explica o motivo da região ser considerada uma grande caixa D´água, responsável por abastecer vários municípios da zona da mata. “Se retirarem a bauxita, esse processo geológico será freado, com isso, seria deteriorado um grande patrimônio hídrico, que inclui diversas nascentes que ajudam na formação de rios como o Doce e o Paraíba do Sul” alertou o professor em uma entrevista na ALMG.
O professor acrescentou que, se todas as áreas pleiteadas para a mineração forem concedidas, a região ficará como um “queijo suíço, cheio de buracos”. E invadiria três municípios da zona da Mata: No Pico do Itajuru em Belisário, Serra das Aranhas em Rosário de Limeira e Rio Preto em São Sebastião da Vargem Alegre.
Vários convidados reforçaram a vocação da região para a atividade agropecuária. Adriana Ribeiro, da Cooperativa dos Produtores da Agricultura Familiar Solidária, enfatizou que a região é rica em fauna, flora, água e agricultura familiar, que sustentam a população. “Nossa região tem associações e cooperativas que só existem porque na ponta tem o agricultor. Essa produção não combina com a mineração”, afirmou.
Isaías Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miradouro, reforçou que a cidade é mantida com a agricultura familiar. Gilsilene Mendes, coordenadora da Comissão Pastoral da Terra (CPT), disse que a região constitui atualmente um polo agroecológico da Zona da Mata, com 70% da produção local extraída da agricultura familiar.
Fonte : Rádio Muriaé
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