quarta-feira, 20 de maio de 2020

Ex-agente penitenciário de Muriaé é preso em Belo Horizonte por organização criminosa e facilitação da entrada de celulares e drogas em presídio

A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira (19) três pessoas suspeitas de participarem de uma organização criminosa para levar celulares, drogas e carregadores para a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Foram presos um agente penitenciário que atuou em Muriaé, a mulher dele e a mulher de um dos detentos, que era o líder da organização criminosa, morador de Muriaé, que cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria. Outro detento também fazia parte da quadrilha. Os cinco são investigados pela formação de quadrilha e ingresso ilegal de produtos na prisão.
De acordo com o delegado Thiago Machado, da 2ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco),  o líder da organização era um detento com passagens por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Um outro detento que ajudava na distribuição dos objetos ilícitos também foi atuado: “Montaram essa organização devido a facilidade que o agente penitenciário  tinha de adentrar com os celulares e drogas na penitenciária. O detento tinha a posição conhecida como ‘faxina’, isto é, se valendo do bom comportamento, tinha mais acesso ao pavilhão do presídio e outras celas, por meio das quais realizava as transações para venda dos celulares”, explicou o delegado.
Segundo a Polícia Militar, chamou a atenção que o servidor público envolvido no esquema criminoso recebia cerca de R$ 2.000 para cada celular que conseguia ingressar durante o plantão dele. Era uma média de seis aparelhos vendidos por dia.
A mulher do detento, líder da quadrilha, era responsável por comprar os aparelhos celulares, carregadores, fones de ouvido e drogas e repassar para a mulher do agente penitenciário, que ingressava com os produtos na unidade.
“Lá dentro, o preso que coordenava as ações repassava também parte do material para outro detento, que era responsável em expandir as vendas na unidade prisional”, elucidou Machado. O crime era investigado há 6 meses, mas as investigações apontam que a organização criminosa atuava há 5 anos. O agente penitenciário preso estava na função há 10 anos.
O policial penal e a mulher dele foram presos na residência onde moravam nesta amanhã. Foram apreendidas também uma mochila contendo cinco celulares e vários fones, carregadores e chips de operadoras já separados em kits para serem contrabandeados para o presídio. Dentro de um cofre na casa foram encontrados R$ 26 mil de prática criminosa.
Os cinco suspeitos vão responder inquérito pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, associação para o tráfico e corrupção ativa e passiva.
Veja o que diz a Sejusp:
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) ratificam a importância de operações como a realizada nesta terça-feira, 19.05, pela Polícia Civil, que culminou na prisão de um Policial Penal. Correição e conduta ilibada são pilares perseguidos pelo sistema prisional mineiro que possui, em seu quadro, uma maioria esmagadora de profissionais valorosos e que dedicam a vida às suas funções.
A partir da prisão desta terça-feira, o Depen-MG abre um procedimento para investigação do policial no âmbito administrativo, que pode culminar no seu desligamento do quadro de servidores de Minas Gerais, na forma célere que a lei permitir. Na data de hoje, inclusive, o Departamento deu todo o apoio ao cumprimento do mandado de prisão.
Transcrito INTERLIGADONLINE


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