Iniciativa que visa a inserção, manutenção e
equidade para as mulheres no mercado de trabalho é adotada por empresas.
A participação das mulheres no mercado
de trabalho vem crescendo, mas ainda segue em passos lentos em alguns
segmentos. Diversos estudos têm evidenciado a existência de desigualdades de
gênero no mercado de trabalho que se revelam em praticamente todas as
sociedades, com maior magnitude nos países em desenvolvimento. No Brasil,
por exemplo, de acordo com o IBGE, em 2022 cerca de 52,7% das mulheres
trabalhavam. Comparado aos homens que eram 72,1%. Quando se fala de mulheres
com filhos, a dificuldade para conseguir um emprego é ainda maior: mais de 70%
delas não conseguem se recolocar no mercado, de acordo com estudo da Condurú
Consultoria. A necessidade de equilibrar o trabalho e a maternidade gera
desafios para as mulheres, principalmente quando os filhos são pequenos. Essa é
uma das questões que o Programa
Emprega + Mulheres busca melhorar através de medidas de
inserção e manutenção das mulheres no mercado de trabalho.
Dentre as medidas, que buscam
oportunizar um ambiente de menos disparidade de gênero no trabalho, uma delas
trata de regimes e cargas horárias flexíveis para apoio à maternidade nos
primeiros meses dos filhos, através de acordos entre o empregador e a
funcionária.
Para as mulheres que tiveram filhos
recentemente, essa medida é ainda mais efetiva, visto que a lei permite em
comum acordo com a empresa, uma jornada de trabalho diferenciada para a
adaptação da mãe e do bebê a uma nova rotina. Esse foi o caso da Daniela da Cunha. A
analista de recursos humanos da Teclógica
adotou a licença-maternidade de quatro meses integral, garantida por lei, e
agora fará mais quatro meses de licença em jornada de meio período para
conseguir aproveitar mais tempo com a sua filha recém-nascida. “Tem sido maravilhoso
ter esse tempo com ela para ajudá-la a se desenvolver, criar esse vínculo e
conexão entre mãe e filha nessa fase tão importante da vidinha dela e da minha
também”, comenta.
A mãe ainda conta que a bebê está
começando agora a introdução alimentar, além de estar iniciando a adaptação na
creche. Para ela, “poder participar mais ativamente desses momentos não tem
preço”. Daniela comenta ainda que a criação de uma rotina com a filha está
sendo bem mais fácil e tranquila, acompanhando a pequena em todos os momentos.
O papel da empresa
Atualmente a Teclógica tem 33 colaboradoras mulheres, sendo
que 11 possuem filhos. Antes da lei, a empresa já adotava a
licença-maternidade estendida de 6 meses, mas com as mudanças nas diretrizes,
agora é possível acordar com as novas mamães qual será a melhor opção de
formato.
Para a empresa, é importante que as mães
tenham esse tempo para cuidar do seu bebê. Como afirma a gerente de Gente e
Gestão, Karina Pereira,
“é importante para a mulher a possibilidade de escolha de flexibilização do
regime de trabalho, pois um bebê de 6 meses ainda é muito pequeno e requer
vários cuidados”.
A gestora comenta ainda que esse tempo
ajuda a mulher a retomar seu trabalho de forma mais tranquila e gradual, até
voltar ao ritmo integral novamente. “Dá
mais confiança para o seu posterior retorno integral, pois seu filho já vai
estar com mais idade e ela mais inteirada das suas atividades laborais e
adaptada a sua nova rotina”, afirma.
Para Daniela, ter esse apoio é
fundamental na nova fase da sua vida. “Antes de ser mãe, eu imaginava o que as
mães passavam, mas hoje, vivenciando de fato, vejo que não temos noção da
dimensão desse papel. É muito desafiador, principalmente neste início da vida
deles e, ter essa oportunidade de passar mais tempo com ela, proporcionando
maior cuidado, maior tempo de qualidade, é maravilhoso”, comemora.
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