Em nossa rotina de criação e roteirização turística da Rota do Café & Cachaça - Caminhos do Pico da Bandeira. Conectando importantes regiões e histórias visitamos Barra de São João (distrito do município de Casimiro de Abreu) que é a região litorânea de Município e encontra-se ao lado do município de Rio das Ostras. A cidade tem sua área limitada, mais ao sul, pelo Rio São João, divisa com o município de Cabo Frio, e mais ao norte pelo posto de policiamento rodoviário - Divisa com o Município de Rio das Ostras. O distrito é banhado pelo mar (conhecido como Praião) em toda sua extensão.
História recente
Um dos mais antigos núcleos urbanos da região, graças a sua localização junto a foz do Rio São João, já foi sede do atual Município de Casimiro de Abreu, quando era então entreposto comercial. Com a mudança econômica dos portos de desembarque junto ao mar, causada entre outros motivos pelo fim da escravidão, para as fazendas junto as trilhas para a região serrana, a cidade perdeu importância econômica. No entanto, diferentemente da vizinha Rio das Ostras, preservou suas características de fundação, mantendo até hoje uma atmosfera rústica e bucólica, também decorrente do turismo cultural, já que é o local de nascimento e sepultamento de seu filho mais ilustre, o poeta Casimiro de Abreu. A economia mantida basicamente pela pesca e pelo turismo também auxilia na manutenção de tais características.
Um pouco da história desse filho ilustre:
Casimiro de Abreu nasceu em 4 de janeiro de 1839, em Barra de São João, no estado do Rio de Janeiro. Era filho do comerciante português José Joaquim Marques e de Luísa Joaquina das Neves. No entanto, seus pais nunca viveram juntos. Portanto, ele era o que, naquele tempo, chamava-se de “filho natural”, situação bastante complicada se analisada pelos valores morais da época.
Na infância, viveu na Fazenda da Prata, propriedade herdada do primeiro marido de sua mãe, que era viúva. O poeta teve apenas educação primária e, entre 1849 e 1852, estudou no Instituto Freese (Nova Friburgo), onde conheceu seu grande amigo, o escritor Pedro Luiz Pereira de Souza (1839-1884). Assim, em 1852, sem concluir o curso de Humanidades no Freese, foi viver na cidade do Rio de Janeiro, onde, por vontade do pai, trabalhou em um armazém de um amigo de José Joaquim.
No ano seguinte, viajou com o pai para Portugal, onde iniciou sua carreira de escritor e produziu a maior parte de sua obra. Sua peça de teatro Camões e o Jau foi encenada no teatro D. Fernando em 1856, com sucesso. Nesse país, Casimiro de Abreu também escreveu para o jornal A Ilustração Luso-Brasileira. No entanto, voltou ao Brasil em 1857, quando escreveu para os periódicos A Marmota, O Espelho, Revista Popular e Correio Mercantil, no qual conheceu os escritores Manuel Antônio de Almeida (1830-1861) e Machado de Assis (1839-1908).ublicou seu livro de poesias — As primaveras — em 1859, uma publicação custeada pelo seu pai. Entretanto, Casimiro de Abreu, como outros escritores de seu tempo, contraiu tuberculose e acabou falecendo na fazenda de Indaiaçu, de propriedade de seu pai, que tinha morrido seis meses antes. Assim, com apenas 21 anos, o poeta morreu em 18 de outubro de 1860.
Características literárias de Casimiro de Abreu
Casimiro de Abreu é um escritor vinculado à segunda geração romântica, ou ultrarromantismo, que apresenta as seguintes características:
Escapismo
Pessimismo
Saudosismo
Egocentrismo
Morbidez
Sofrimento amoroso
Exagero sentimental
Idealização da mulher e do amor
Sentimento de tédio e melancolia
Locus horrendus: descrição de “lugar tempestuoso”
Além disso, a poesia do autor apresenta a seguintes temáticas:
Nostalgia
Bucolismo
Religiosidade
Pressentimento da morte
Patriotismo
Enaltecimento da juventude
Seus poemas são marcados por:
Simplicidade
Versos regulares
Espontaneidade
Sentimentalismo
Melancolia
Obras de Casimiro de Abreu
Poesia
As primaveras (1859)
Prosa
Carolina (1856)
Camila: memórias de uma virgem (1856)
Teatro
Camões e o Jau (1856)
O poema mais famoso de Casimiro de Abreu é “Meus oito anos”, do livro As primaveras. Nesse poema, o eu lírico, com nostalgia, idealização e melancolia, fala de sua infância, como é possível ver nos trechos a seguir:
Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d’amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias de minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
[...]
Como características do romantismo e da poesia de Casimiro de Abreu, é possível apontar:
escapismo nas lembranças
saudosismo
egocentrismo (temática centrada no eu lírico)
bucolismo (idealização da natureza)
simplicidade
versos regulares (redondilhas maiores)
Confiram nossos registros desse pitoresco lugar. Que vai estar em breve em nossos roteiros culturais. Informações (32)9-9923-9337
Com informações BRASIL ESCOLA. Por Warley Souza - Professor de Literatura. Biografia de Casimiro de Abreu e Wilkipédia.
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