terça-feira, 22 de agosto de 2023

Do Direito aos cafés especiais: família celebra evolução em Carangola

 

O casal Danilo Cireli e Miriam Souza está celebrando um ano de conquistas na produção de cafés especiais. “Realizamos dois sonhos: fazer um café de 86 pontos e selar o produto com o selo de origem da Região das Matas de Minas”, contou a produtora, com satisfação.

Eles integram o Programa de Assistência Técnica e Gerencial – AteG Café + Forte do Sistema Faemg Senar e possuem um desafio peculiar. Miriam é advogada de formação, mas começou a transição da carreira para a cafeicultura em 2018, quando a família passou a se dedicar aos cafés especiais.

“Tive dúvidas no início porque sempre trabalhei fora e meu marido com o café. Esse ano foi a virada completa e não me arrependo. Percebo que caminhando na mesma direção temos melhores resultados”, apontou. Ela cuida da pós-colheita e admite que o trabalho atual é mais prazeroso. “Faço com gosto e acho incrível ver no rosto do cliente a satisfação, a aprovação do nosso sabor. Não tem dinheiro que pague”, relatou.

Capacitação

Desde que mudou de carreira Mirian buscou cursos do Sistema Faemg Senar ... para aprimorar o trabalho. Ela já fez capacitações sobre Classificação e Degustação e Torra de Café e ainda participou do Programa Especial Negócio Certo Rural (NCR). Com conhecimento, a família passou a comercializar café torrado e moído em 2019 a partir da produção do café da família e do irmão de Danilo.

Além das vendas nós também fazemos um trabalho de educação com os clientes. Apresentamos nosso produto, falamos sobre a torra e incentivamos a sentir realmente o sabor do café e a conhecer a qualidade melhor no produto que estão consumindo”, comentou Mirian. A família faz vendas em Carangola e no Rio de Janeiro, além de participar de feiras e eventos com o produto.

Homenagem

A marca, que por hora leva o sobrenome Cireli (@cirelicafes), vai mudar para homenagear o patriarca da família que sempre se dedicou à cafeicultura e ensinou o ofício aos filhos e faleceu em 2020. A nova marca de cafés especiais terá o nome pelo qual era conhecido: Zé Berroti.  

Mesmo já idoso ele acolheu muito bem a mudança e incentivou os filhos a trabalharem a qualidade. Ele deixou um legado de cuidado com as plantas, o solo e toda a comunidade”, contou a produtora.

ATeG Café+Forte

Integrando o ATeG há três anos, o casal considera que a parceria com o técnico de campo foi uma virada de chave na produção da família. “Esse auxílio é de suma importância e faz toda a diferença para o produtor na organização e identificação das deficiências da propriedade”, identificou.

Com o acompanhamento do técnico de campo Igor Peron, a produção da família passou da média de 20 para 37 sacas por hectare e a renda bruta aumentou 25%. “A busca por variedades novas foi uma estratégia para adquirir materiais com maior resistência à ferrugem e maior produtividade”, esclareceu o técnico de campo.

Mírian e Danilo destacam que o ATeG também é fundamental na qualidade da produção.

“Esse ano nós conseguimos fazer a maior parte da colheita com cafés acima de 80 pontos”, afirmaram.  Segundo o técnico de campo “os próximos passos são as adequações nas unidades de pós-colheita com construção de uma nova tulha, ampliação do terreiro de alvenaria e instalação de novos terreiros suspensos”.

A família também planeja alcançar mais mercado e visibilidade e participar de concursos de qualidade. Miriam diz que se sente realizada e sonha ainda com conquistas coletivas. “Desejo trazer os compradores à Conceição para conhecerem nossos modos de produção e de vida.

Temos inúmeras famílias com excelentes cafés por aqui. Investir no turismo também está nos planos para o futuro”, concluiu.  


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