Segundo a avó, a criança juntava seus brinquedos quando foi picada
Na manhã deste domingo, 14 de fevereiro de 2021, por volta das 08 horas, uma criança de 09 anos foi picada por um escorpião, quando juntava seus brinquedos, no Córrego Seminário em Divino.
Stefanie Vieira de Andrade, de apenas 09 anos foi levada para o Pronto Atendimento Municipal pela viatura da Polícia Militar devido à demora da chegada da ambulância. A avó, Dona Imaculada do Carmo, disse que durante a ligação a triagem foi demorada e após apurar os fatos, constatamos que a mesma ligou para o número 192, que cai no SAMU, que entrou em contato com o PAM, que só ai enviou a ambulância. Esse problema é antigo, pois antigamente o número 192 era usado pelo PAM de Divino e com a criação do SAMU foi transferido para a central. Muita das vezes, as pessoas mais humildes ainda utilizam este número, até mesmo por não terem crédito para ligação, mas num caso como esse de hoje, pode ser crucial.
Dona Imaculada nos disse ainda, que ela é quem cuidava da criança e do irmãozinho, de apenas 5 anos, pois os pais utilizam remédios de uso controlado.
A criança chegou por volta das 09 horas da manhã no PAM, onde logo em seguida foi encaminhada à Casa de Caridade de Carangola, a criança foi monitorada com aplicação de soro e após aplicado o soro antiescorpiônico. Porém, por volta das 14 horas, a criança não resistiu vindo a óbito.
O corpo da criança será velado na Capela Velório Municipal, nesta segunda-feira, à partir das 08 horas, de onde sairá as 12 horas para o cemitério local.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para informar a situação e pedir uma nota de esclarecimento sobre o fato. Recebendo uma nota do Pronto Atendimento Médico que segue abaixo:
“Pela manhã o Pronto Socorro Médico de Divino, recebeu a ligação da PM de Divino pedindo para que a ambulância se deslocasse até o local, onde encontrava uma criança de 9 anos que sofreu acidente ofídico, de imediato o motorista da ambulância saiu para buscá-la e se deparou quase chegando à residência com a viatura já transportando a criança, a ambulância por sua vez voltou ao PAM atrás da PM. A criança deu entrada no Pronto Atendimento Médico as 08:30h, foi atendida de imediato, sendo avaliada pelo médico plantonista em tempo hábil, foi caracterizado como um acidente moderado, foram realizadas medicações sintomáticas as 08:50h, realizado encaminhamento médico por escrito ao local de referência do soro antiescorpiônico e para acompanhamento do pediatra de plantão na Casa de Caridade de Carangola, saída da ambulância 09:30 para o local de referência acima citado.”
Segundo a recepcionista: No dia 14/ 02, no momento do acidente, a avó da criança relatou ter ligado para 192, ligação direcionada ao SAMU, logo em seguida ligou 190 ligação direcionada ao Pronto Socorro da Casa de Caridade de Carangola, que entrou em contato com a PM de Divino, enquanto a PM se direcionava até o local do acidente os mesmos entraram em contato com o PAM, por esse motivo houve o encontro da PM e a ambulância quase no local da residência. Telefone do Pronto Atendimento de Divino 3743- 1851
Abaixo orientações retiradas do site da Agência Saúde:
Picada de escorpião: saiba os cuidados e o que fazer em caso de acidente
O verão é o período de maior risco para aparecimento do animal. Limpeza do ambiente e adoção de medidas simples podem prevenir picadas
Os animais peçonhentos, como os escorpiões, aranhas e lagartas, estão cada vez mais presentes no meio urbano, adaptados ao ambiente do homem devido ao crescimento acelerado dos grandes centros. Por isso, é preciso que toda a população, inclusive das grandes cidades, saiba quais medidas adotar para evitar acidentes e mortes por envenenamento.
O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões, pois o clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Os escorpiões que habitam o meio urbano se alimentam principalmente de baratas, portanto são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo. A adoção de hábitos simples é fundamental para prevenir acidentes.
No ambiente urbano, para evitar a entrada dos escorpiões nas casas e apartamentos, a recomendação é de usar telas em ralos de chão, pias e tanques, além de vedar as frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Outra medida é afastar as camas e berços das paredes, e ainda vistoriar as roupas e calçados antes de usá-los.
Nas áreas externas, as principais dicas são manter jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo doméstico. Também é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões. Nas casas que possuem gramado, ele deve ser mantido aparado. Outra recomendação é não colocar a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e botas de raspas de couro para realizar atividades que representem certo risco, como manusear entulhos e materiais de construção, e nas atividades de jardinagem.
Nas áreas rurais, além de todas essas medidas, é essencial preservar os inimigos naturais dos escorpiões, como lagartos, sapos e as aves de hábitos noturnos, como a coruja. Estes são os principais predadores dos escorpiões.
O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Estes produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando a chance de acidentes.
POPULAÇÕES MAIS EXPOSTAS
Os grupos considerados mais vulneráveis são os trabalhadores da construção civil, crianças e pessoas que permanecem maiores períodos dentro de casa ou nos arredores e quintais. Ainda nas áreas urbanas, estão sujeitos os trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por manusearem objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.
A grande maioria dos acidentes com escorpiões é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os acidentados apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento é sintomático.
As crianças abaixo de sete anos apresentam maior risco de apresentar sintomas longe do local da picada, como vômito e diarreia, principalmente nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem a aplicação do soro em tempo adequado.
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE?
A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo assim uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.
É importante lembrar que não é em todo caso de acidente que o soro será indicado, e apenas o profissional de saúde poderá fazer essa avaliação. O antiveneno é indicado em casos moderados ou graves. Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.
ONDE ENCONTRAR O SORO
Os casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de acidentes. Desta forma, o soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS). As ampolas são enviadas pela pasta aos estados, que são responsáveis pela distribuição aos municípios e pela definição estratégica das unidades de referência para o atendimento destes casos. Essa logística deve ser feita de acordo com a situação epidemiológica de cada região e os estados possuem também autonomia para remanejar o soro de uma cidade para outra quando necessário. Os soros também não são disponibilizados na rede particular de saúde.
CASOS E AÇÕES DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
No Brasil, a espécie de escorpião que causa mais acidentes, Tityus serrulatus, tem se expandido para um número maior de cidades, onde até então não era encontrada. Esta espécie possui facilidade para se reproduzir e colonizar novos ambientes.
Os acidentes escorpiônicos ocorrem em todo o Brasil. Desde 2009, o Ministério da Saúde realiza capacitações de identificação, manejo e controle de escorpiões nos estados brasileiros, em cooperação com as secretarias estaduais de saúde. O objetivo é que cada estado multiplique as informações recebidas a todas as suas regionais de saúde e municípios.
O Ministério da Saúde registrou, em 2018, 141,4 mil casos de acidentes com escorpiões em todo o país. Em 2017, foram 125 mil registros de acidentes. Esses dados ainda são preliminares e serão revisados, portanto estão sujeitos a alteração. Em 2016, foram 91,7 mil casos. Em relação às mortes, em 2016 foram registrados 115 óbitos em todo o país e, em 2017, 88.
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário