segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Igreja de Nossa Senhora das Graças, no Conjunto Paisagístico Santo Cristo em Ervália, é uma beleza arquitetônica e um patrimônio histórico com belezas e particularidades incomuns que chamaram nossa atenção.

Em nossa luta cotidiana e diária de incrementar, nosso premiado trabalho de promover toda a região da Rota do Café e Cachaça - Caminhos do Pico da Bandeira, visitamos a pequena e acolhedora cidade de Ervália e lá visitamos Igreja de Nossa Senhora das Graças no Conjunto Paisagístico Santo Cristo em Ervália que é uma beleza arquitetônica e um patrimônio histórico com belezas e particularidades incomuns que chamaram nossa atenção. 

A Igreja em seu primeiro pavimento é um octógono e nos demais um hexágono. Em suas portas laterais inscrições em latim. No seu interior peças religiosas que se destacam igualmente e em seu redor uma conjunto paisagístico que é tombado pelo Patrimônio Histórico do município.

Confiram esses detalhes e registros. 



c




O Conjunto Paisagístico Santo Cristo, no sopé do Monte Nebo, foi idealizado pelo Monsenhor Rodolfo e construído  pelo pedreiro carioca Tancredo.


Nome atribuído: Conjunto Paisagístico Santo Cristo (menor que 2 ha)

Outros Nomes: Conjunto Paisagístico Santo Cristo (Monumento Materadmirabilis, Capela Nossa Senhora Das Graças, Monumento do Cristo Redentor, 14 cruzeiros de madeira representando as Estações da Via Sacra e 60 palmeiras)

Localização: R. São José, s/n – Ervália-MG

Decreto de Tombamento: Decreto n° 14/2004 – Inscrição nº 001/2004


Descrição: O Conjunto Paisagístico Santo Cristo foi construído na sede do município de Ervália, à Rua São José, s/n, Centro, no sopé do Monte Nebo – nome dado por Monsenhor Rodolfo, seu idealizador, e através do pedreiro carioca chamado Tancredo, que foi contratado para iniciar as edificações. O local escolhido pelo Monsenhor Rodolfo, uma colina de frente para a cidade, foi denominado por ele de “Monte Nebo”, uma alusão ao local bíblico onde Moisés e o povo de Deus avistaram a terra prometida em comparação à visão panorâmica da cidade oferecida do topo da colina onde foi edificado o Cristo Redentor. É de propriedade da Paróquia de São Sebastião e Diocese de Mariana.

O Conjunto Paisagístico Santo Cristo começou a ser edificado em 1920 pelo Monsenhor Rodolfo Augusto de Oliveira Lima. Constitui um marco referencial importante para o município de Ervália. É testemunho da história local, do seu cotidiano, de sua vida religiosa e econômica. Desde a sua construção abrigou usos importantes para a vida dos cidadãos ervalenses. Inicialmente foi sede de coroações, peregrinações, procissões e adorações religiosas.

Depois, além de uso religioso foi sede de lazer, sendo palco de peças teatrais e espaço de piquenique e recreação de famílias ervalenses. O local é aberto ao publico dia e noite, e com isso, muitas vezes mal utilizado por usuários de drogas, pichadores e vândalos. Passou por uma fase de abandono por causa da degradação dos maus usuários. A população indignada, mobilizou-se exigindo uma reforma e restauração. Após a reforma, volta a ser um local onde pulsa a cidadania, onde a população e os turistas têm a oportunidade de conhecer um pouco mais da cultura, da fé e da história de Ervália.

Trata-se de um conjunto marcado pela exemplaridade e unicidade, inserido na ambiência da malha urbana e paisagística local, de grande relevância histórica, paisagística, religiosa e cultural para os ervalenses.

A construção do Monumento do Santo Cristo de Ervália por Monsenhor Rodolfo, um dos maiores nomes da história religiosa do lugar e grande propulsor do progresso local é uma de suas principais obras no município na década de 1920, tornando assim o segundo mais antigo do Brasil, situando assim o município de Ervália em posição privilegiada em relação ao estudo desse tipo de monumento de veneração cristã católica.

Monsenhor Rodolfo, era um homem de visão extraordinária. Foi o idealizador e o próprio engenheiro e arquiteto de Deus, o construtor de dois monumentos interligados pela via sacra. O conjunto é dotado de um forte significado religioso e de grande importância para a população e sua preservação em sua composição original visa preservar o seu significado. Segundo a tradição local, as palmeiras plantadas propositalmente com o objetivo de compor a ambiência e para que o constante movimento das folhas simbolizasse o agradecimento de Deus ao visitante.

A disposição das edificações também estudada por ele, tem por objetivo mostrar suas mensagens religiosas: na entrada do conjunto a Capela de Nossa Senhora das Graças, onde a imagem da Mater Admirabilis aponta do monumento do Cristo Redentor enquanto a imagem do Cristo aponta para a cidade com um gesto de bênçãos. As catorze cruzes implantadas no Conjunto representam as estações da Via Sacra.

O primeiro monumento tem como base a Capela Nossa Senhora das graças, numa torre que traz em seu ponto mais alto a imagem de Maria, a Mater Admirábilis, esculpida em bronze. É a mãe de Jesus mostrando o povo de Ervália a seu Filho, intercedendo por todos ervalenses. Tudo muito bem pensado pelo vigário: através da Mãe, chegase ao Filho. E esta “Mãe Admirável” nos fala do Filho Amado e de seu sofrimento. Com o braço direito, Maria mostra o povo ervalense a Jesus. E parece dizer que, para atingi-lo, é preciso seguir suas pegadas de dor, a caminho do Calvário. Quando é atingido, o Cristo é visto erguido no alto de um monumento a Ele, Jesus glorioso, com o braço direito erguido, parece querer abençoar a todos. Com a mão esquerda ele sustenta uma grande cruz, caída em seu ombro esquerdo, sinal de nossa redenção. Ele é o nosso Cristo, o nosso Redentor, o Deus que habitou entre nós e quer habitar Ervália: o Deus conosco.

O altar de madeira colocado na Capela Nossa Senhora das Graças foi feito em Ervália por Mário Cândido e os muros em frente ao monumento, que o separam da Rua São José foram edificados por um pedreiro da comunidade chamado Francisco e de apelido Chico Pedreiro. A imagem de madeira foi adquirida na França em 1925 e consagrada juntamente com a capela em 1926. Algumas palmeiras que fazem parte do conjunto já existiam sendo que outras sessenta foram plantadas por José Gonçalves de acordo com a disposição e o alinhamento escolhido pelo Monsenhor Rodolfo, para obter o resultado cerimonial e com significado simbólico e religioso.

O Obelisco do Cristo Redentor foi consagrado em 19 de julho de 1923 e, no dia 2 de junho de 1926, numa sexta-feira, foi consagrada a imagem de Maria, Mãe Admirável, fundida em bronze, em São Paulo. Na parte interior do monumento a Mater Admirabilis está a Capela Nossa Senhora das Graças em cujo altar está a imagem de Nossa Senhora das Graças. É uma imagem de madeira de 1,20 m de altura, de grande perfeição e rara beleza.

A imagem de Santo Cristo está num pedestal alto formando uma torre. A planta do obelisco do Santo Cristo é uma cruz grega, permitindo assim que de qualquer lado que se olhe, ou de cima, vê-se uma cruz com a imagem do Cristo Redentor de bronze em seu topo. A imagem sobressai das cruzes existentes ao lado, principalmente, pela sua altura.

A Capela de Nossa Senhora das Graças é diariamente visitada por fiéis. Ali se reza o terço, fazem-se Novenas, antigamente festejavam-se o Mês de Maria com coroações e rezas durante o mês. Foi utilizada também para a Catequese, para Casamentos, Reuniões de Grupos de Oração e tantas outras atividades. Na Semana Santa é mantida a tradição da celebração da solenidade de Maria, com missa, procissão pelas ruas e sermão nas escadarias que dão para a Rua São José e outra, para deixar a Imagem de Nossa Senhora das Dores ali por um dia e uma noite.

A obra idealizada por Monsenhor Rodolfo está praticamente como ele fez. A única alteração é no obelisco do Santo Cristo, que inicialmente era cilíndrico e hoje é no formato de quatro cruzes justapostas, formando a base onde está a Imagem de bronze. Nos anos de 1930, Monsenhor Rodolfo contratou outro pedreiro para a continuidade das obras. Dessa vez a tarefa foi executada pelo Sr. Juca Pedreiro e seu filho Carlos da Silva, quando o formato original do obelisco (cilíndrico) foi alterado para uma composição com quatro cruzes dispostas em sentido oposto, como conservado até atualmente. Após essa época o bem não sofreu maiores intervenções até o ano de 1983 quando foi

realizado o calçamento da área das rampas de acesso e do entorno da Capela Mater Admirábilis.

Como qualquer construção o Conjunto Paisagístico Santo Cristo sofreu e sofre com os efeitos do decorrer do tempo, como: as palmeiras quase centenárias, já mostram sinais de senilidade, clamando por cuidados especiais e tantos outros problemas causados pelas intempéries. Atualmente possui estilo eclético.

É uma obra que faz parte do cenário urbano, mas que abraça a todos da zona rural e não deixa dúvidas quanto ao porquê do seu reconhecimento como Patrimônio Cultural deste município e do coração dos ervalenses por quase um século.

Fonte: Ipatriminônio.org com infomações oficiais PME

Nenhum comentário:

Postar um comentário