segunda-feira, 5 de julho de 2021

OITO OU OITENTA. O RETORNO. ESCOLA OFFICINA DO SABER

 



O Retorno

              No filme “O exterminador do futuro” de 1984, o primeiro da série, Arnold Schwaerznaeger faz um androide que vem do futuro para executar o futuro líder dos humanos na luta contra as máquinas. Em uma das passagens que ficaram para a história do cinema ele fala: I WILL BE BACK, traduzindo “eu vou voltar”. É mais do que um aviso, um alerta.

              Pois bem, esta semana nossos alunos voltaram às aulas em Carangola. Motivo de comemoração e celebração, em que pesem os riscos inerentes à uma Pandemia ainda em curso, não havia mais como nossos filhos ficarem longe do ambiente escolar. Um ano e meio. Em nenhum outro país do mundo civilizado as escolas ficaram tanto tempo fechadas, mas o nosso Brasil tem lá suas peculiaridades.

 




              Começa agora um novo processo, o do acolhimento e readequação. Não sabemos em que situação emocional e cognitiva estes alunos estão voltando. A crise gerada pela Pandemia escancarou as diferenças sociais de um modo transparente e direto. Enquanto alunos de escolas particulares assistiam aulas online, em seus computadores pessoais, no aconchego de seus lares, uma imensa maioria de crianças de escolas públicas não tiveram acesso às aulas, tampouco merenda, passaram fome de comida e de saber, quando não foram para rua trabalhar ou mendigar. Essa é uma realidade que se recusou a ser varrida para debaixo do tapete, uma realidade com a qual tivemos que conviver.



 

             Muitos falam em desigualdade social, em melhores condições de vida, mas a panaceia universal inexiste apenas no diálogo, é necessário agir. A questão também é saber como agir.

              Muitos clamam por políticas públicas que amenizem a desigualdade, o que sempre é bem-vindo, mas cabe às autoridades responsáveis implementá-las. A nós, cidadãos conscientes, cabe a nós escolhermos bem nossos representantes e cobrar deles uma atuação compatível com as promessas de campanha. Só que não se faz a política apenas com o voto e escolhas partidárias. Talvez esse seja o grande desejo de todos nós, livrarmo-nos do incômodo que é saber que as mazelas sociais também advêm de nossas ações ou omissões pessoais. Exercer plenamente a cidadania significa ressignificar uma vida através do crescimento pessoal, o que só ocorre investindo-se em Educação.

              Todos nós somos capazes de mudar o mundo. Todos nós somos capazes de nos tornarmos pessoas melhores. Quando educamos nossos filhos, educamos não apenas a própria prole, mas os vizinhos, a comunidade, a cidade, o país, o mundo inteiro. Essa é a magia, o verdadeiro milagre da multiplicação dos pães.

              Pessoas bem formadas, cultas e capacitadas irão trabalhar e produzir em pró da sociedade como um todo. O progresso de cada um atinge direta ou indiretamente a todos ao seu redor, a Educação ela espalha suas sementes com o vento, transformando terrenos antes estéreis em campos viçosos.




 

              Por isso vamos celebrar, temos motivos de sobra para aproveitarmos o primeiro dia de aula de nossos filhos neste retorno e comemorar junto com eles, porque é uma vitória nossa, de todos nós que desejamos e trabalhamos por uma sociedade mais justa, em todos os sentidos.

              Que este retorno seja um marco, o começo de um novo tempo, onde estivemos à frente de nossos maiores medos e saímos vencedores.

              A virada já começou. Agora é segurar na cauda do cometa e partir!!!

              “HABEMUS AULAS”

 

Texto por Marvalli



Imagens:
https://pexels.com - Foto de Norma Mortenson
https://folhabv.com.br - Foto de Hione Nunes/Nizete Franco
https://pexels.com - Foto de Sharefaith no Pexels


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