Os pais da criança de cinco anos que morreu em Dores do Rio Preto em 2018, que ficaram presos suspeitos da morte do filho, disseram, nesta terça-feira (26), que foram coagidos pela Polícia e ameaçados de morte para que confessassem o suposto crime. A Polícia Civil informou que a corregedoria vai apurar o caso.
O casal, Luane Monique de Moura Silva e Adeildo Souza da Silva, ficou preso por dois anos e sete meses por suspeita de homicídio, omissão e tortura do filho Artur Moura Silva.
Na época, o inquérito da Polícia Civil enviado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) apontava que o pai teria agredido o filho com socos e chutes. O laudo da perícia, apresentado durante o júri popular, em setembro deste ano, comprovou que Arthur não morreu vítima de agressão, mas por meningite. As manchas pelo corpo foram causadas pela doença.
O MPES afirmou que a prisão "foi um erro".
Adeildo revelou que disse para a polícia que não tinha agredido o filho, mas confessou as agressões depois de ser ameaçado.
Casal não enterrou filho
Luane e Adeildo foram soltos em março deste ano. O casal não pôde ir ao velório e enterro do filho. Eles só visitaram o túmulo do menino três anos depois da morte dele, no dia do enterro da mãe de Adeildo.
Coação será apurada
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, informou que o caso será revisto na corregedoria. Arruda, no entanto, alega que o casal não foi forçado a coagir e nem a mentir.
“Nós não estamos falando da polícia dos anos 1940. Nós não estamos falando de uma polícia da época da ditadura. Nós estamos falando de uma polícia que é toda ela formada no estado democrático de direito, o delegado de polícia é formado, ele tem formação jurídica. Eu acho muito difícil que isso tenha acontecido. Pode até ser que, o pai, levado por uma pressão popular, tenha falado alguma coisa nesse sentido. Mas ele ser obrigado, ou ele ser forçado, acho muito temerário, muito difícil disso acontecer”, argumentou Arruda.
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