terça-feira, 22 de junho de 2021

Polícia Civil detalha homicídio ocorrido na Barra e aponta policial militar como principal suspeito

 






Participaram da coletiva os delegados Gleydson Ferreira, Tayrony Espindola, Alessandro Da Matta e Major Wesley

A Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (22) para dar mais detalhes sobre a prisão do policial militar, 2º Sargento, lotado no 47º Batalhão em Muriaé.

Ele é o principal suspeito de atirar por quatro vezes em  sua prima, Nayara Andrade Rocha de 34 anos, dentro do Salão de Beleza onde trabalhava, na Belisário, no bairro Barra, ocorrido no dia 01 de junho. Quatro dias depois, já internada no Hospital São Paulo, ela não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Durante a coletiva, os delegados Alessandro da Matta, Gleydson Ferreira e Tayrony Espindola detalharam toda a investigação que levou até o nome do policial militar apontado como principal suspeito.

De acordo com os delegados, a investigação iniciou após os disparos, ainda no local do crime. Tudo indica que o homicídio foi para o suspeito receber uma apólice de seguro feita no nome da vítima pelo próprio PM.

Segundo informações, o militar receberia cerca de R$ 22 milhões com a morte da vítima. A seguradora confirmou que o seguro foi feito pelo suspeito.

Andamento das investigações

Os investigadores conseguiram localizar o carro em Viçosa e a partir daí, constaram que o militar realizou a locação. No dia 30 de maio, um dia antes do crime, a moto usada pelo militar estava em Viçosa. O veículo foi apreendido no dia 08 de junho.

Segundo os delegados, imagens próximo a sua residência foram analisadas e constatado que no dia do crime, o suspeito saiu com a mesma roupa utilizada no crime.

Tentativa de sabotagem nas investigações

Os delegados também afirmaram que por algumas vezes, o militar tentou sabotar as investigações. No dia do crime, por volta das 7h30, ele chegou a passar uma informação falsa para um de seus superiores, dizendo que um foragido de alta periculosidade estaria em Capetinga. A intenção era distrair os militares até a comunidade para facilitar sua fuga.

Assim que ficou sabendo que o celular da vítima conseguiu ter seus dados recuperados, ele chegou a pedir o aparelho aos delegados para entregar à família.

Confiança extrema no suspeito

 Além de ser próximo da família, o sargento era uma das pessoas de confiança da vítima. Por ser policial militar, por diversas vezes ele atuava como um despachante da família. E foi através desta confiança que a vítima assinou toda a documentação das apólices de seguros que foram pagas pelo próprio militar.

A prisão

Após todos os desdobramentos investigativos, o PM foi localizado e preso pela Polícia Civil na região central de Muriaé. Ele não reagiu a prisão e colaborou com os procedimentos.

Dentro da mochila que ele usava, havia outra mochila com as mesmas características usadas no dia do crime.

Em seguida, a PC realizou uma busca em sua residência e apreendeu dezenas de materiais que poderão servir como provas no crime.

Ele foi levado para a 4ª Delegacia de Polícia Civil no bairro Safira e a todo o momento usou o seu direito de permanecer calado. Na mesma noite, o sargento foi transferido para o Presídio Militar, localizado em Ubá.

Repúdio da Polícia Militar de MG

Participou da coletiva de imprensa o major Wesley, comandante da PM de Carangola, substituindo o tenente Cel Márcio Roberto e Major Sandro que estão em viagem.

O major repudiou a atitude do militar e disse que o sargento foi imediatamente afastado para o andamento das investigações.

A princípio ele permanecerá preso por 30 dias, podendo ser estendida, caso a justiça entenda que seja necessário o suspeito permanecer por mais tempo detido.

“Não estamos satisfeitos de ver um companheiro de segurança pública na trama deste homicídio, mas devemos colocar nosso comprometimento e profissionalismo com a sociedade”, destacou o delegado Tayrony Espindola.

 



Fonte : Rádio Muriaé

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