ESG
(Environmental, Social and Governance) faz parte das notícias diariamente.
Empresas, mesmo sem saber a profundidade e o nível de responsabilidade que
a implementação de um Programa de ESG requer, resolveram que agora o
possui. Alguns economistas dizem que ESG é essencial para as empresas e que
não irão sobreviver sem a sua implementação.
Muitos
dos argumentos acima são pertinentes, mas outros demonstram a falta de
conhecimento sobre o tema, principalmente, por ser transversal em relação a
matérias importantes como economia, política, história, sociologia.
Não estamos diante da “nova economia”, mas sim da evolução da economia.
É
importante notar que a evolução da economia não é linear e que diferentes
partes do mundo experimentam suas diversas fases de maneira diferente e em
momentos distintos, sendo moldada por diversos fatores, tais como, avanços
tecnológicos, mudanças demográficas, políticas governamentais e questões
globais emergentes. Além disso, desafios econômicos, como guerras,
recessões, crises financeiras e pandemias podem ter um impacto
significativo na trajetória econômica global, esta que desempenha um papel
crítico na capacidade das empresas e investidores de adotar e promover
Programas de ESG.
Uma
economia forte e saudável pode criar um ambiente propício para o
investimento em iniciativas sustentáveis e responsáveis, enquanto uma em
crise pode apresentar desafios adicionais. No entanto, a conscientização
que o mundo necessita evoluir e muito em seu processo produtivo, criando
alterativas de geração de empregos por meio de uso de energia limpas são
essenciais para todo o mundo.
Realmente,
não é possível apertar um botão e literalmente desligar nossas atuais
matrizes energéticas que, infelizmente, são poluentes. Mas, temos que ser
ágeis e agressivos nos investimentos de novas matrizes de energia e
processos produtivos mais limpos. Ademais, os trabalhadores também terão
que aprender a trabalhar com as novas tecnologias e processos de produção.
Não
podemos continuar com a mentalidade da economia industrial, que provocou
desastres ecológicos, deixou rios e cidades totalmente poluídos,
prejudicando significativamente a qualidade de vida de seus habitantes.
Uma
administração sustentável refere-se a um modelo econômico que busca atender
as necessidades atuais das sociedades, das empresas, das comunidades, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias
necessidades. Temos que nos perguntar qual o legado que estamos deixando
para as próximas gerações? É importante ressaltar de que o ecossistema do
planeta está em constante mudança por fatores externos causados a eles, ou
seja, ações humanas geram mudanças, muitas vezes, irreparáveis ao meio
ambiente. Portanto, é imprescindível compreender que esse modelo
governamental foi projetado para minimizar os impactos negativos no meio
ambiente, promover justiça social e garantir estabilidade econômica a longo
prazo.
A
transição para uma economia sustentável é um desafio global que requer a
cooperação de governos, empresas e indivíduos. Entretanto, cabe lembrar que
não faz muito tempo que o mundo saiu de uma pandemia, onde houve milhões de
causalidades como morte e sequelas. Agora, em 2023, o mundo enfrenta 2
grandes guerras que afetam diretamente essa transição, uma vez que o custo
financeiro e humano dos conflitos armados é imensurável.
Existe
uma urgência para que ocorra a transição para uma administração sustentável
no mundo, pois já estamos sentindo as consequências devido ao aquecimento
global. Enchentes, secas, terremotos e incêndios têm ocorrido em diversos
lugares do mundo onde não aconteciam no passado.
Embora,
a transição apresenta desafios significativos, principalmente a boa vontade
de muitos governantes dos países mais poluidores, também oferece
oportunidades para o desenvolvimento econômico mais equitativo e duradouro.
É imprescindível que exista uma maior conscientização sobre os impactos das
mudanças climáticas e a importância da sustentabilidade para impulsionar
ações em direção a esse objetivo compartilhado em todo o mundo.
Não
existe outro caminho, a economia deve evoluir. Não podemos mais aceitar
segmentos econômicos que são reativos, pois ainda vivem a ilusória gestão
do lucro a curto prazo. Ou governos que desejam permanecer como estão, pois
acreditam que os investimentos serão elevados, principalmente na
infraestrutura e tecnologia, quando podem absorver este dinheiro com
corrupção.
Estamos
em um momento de inflexão e único na história. Sem uma transição drástica
dos governos atuais, há uma enorme probabilidade de, nos próximos séculos,
extinguirmos os recursos naturais e prejudicarmos o ecossistema a um nível
irreparável para habitação dos seres humanos.
Patricia
Punder, é advogada e compliance
officer com experiência internacional. Professora de Compliance no pós-MBA
da USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP). Uma das autoras do
“Manual de Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e Compliance – além do
Manual 2020.
Com
sólida experiência no Brasil e na América Latina, Patricia tem expertise na
implementação de Programas de Governança e Compliance, LGPD, ESG,
treinamentos; análise estratégica de avaliação e gestão de riscos, gestão
na condução de crises de reputação corporativa e investigações envolvendo o
DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Comission), AGU,
CADE e TCU (Brasil). www.punder.adv.br
*Patricia Punder, advogada e CEO da Punder Advogados
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