Nossos sentimentos à todos os familiares e nossa gratidão a esse pela grande obra e todo o feito realizado nessa breve vida terrena. Pelo muito que fez. NOSSA SINGELA HOMENAGEM.
Na Ala Especial de Carangola a Comissão de frente que o recebem: Mariá, Carlaile, Jacaré, Márcio Meningite, Alcides de Oliveira, Dadim, Marraia, Pedro Paulo, Flávio Caixa D'água, Louzada, Dr. Fernando Costa, Dona Marília Imbelloni Hosken, Flávio Menicucci, Ângela Menicucci, Sr Walker Batalha Lima, Roberto(Artista Plástico), Papuça, Sr Ismael Meirelles, Guanair Amorim, Maria Alice Magalhães Lima, Sr. Daniel, Lúcia do Bar, Cesar da Polar, Dona Nadir e seu filho Fernando e tantos outros que no momento a lembrança nos falta. Nos perdoe.
Na Ala Especial e Comissão de Frente de Tombos que o recebem: Sr. Edgar, Mateuzinho, Glória Almeida, Laerte Izidoro, Joana, Pinduca, Laerte Hosken, Sr. Escobar, Ângela do Caio, Toninho, João da Lurdes, Sr. Ortolan, Ailcyr, Dejair, Aquiles, Sr. Lilino Sapateiro, Luiz Lira, Dodora, Gutinho, Jacó, Totinho e Heloisa Vieira. Leminha, Leka e Wil Rosestolato. Zé Aguiar e Neusa Linhares. Dona Bicate e Luiz Guarda Chave. Sr Tuffi Mergh e Dona Ayde Sauma. Zé Biscoito e Adilce e tantos outros que no momento a lembrança nos falta. Nos perdoe.
Zé Lage. Daqui todos os amigos o aplaudem dessa arquibancada, dessa grande avenida e desse show e espetáculo que foi sua vida entre todos nós.
Nessa busca, nesse triste momento de lhe render essas singelas homenagens, o registro do texto de Edmar de Souza Moreira. Intitulado RESGATANDO OS CARNAVAIS que transcrevemos abaixo e cita ZÉ LAGE:
RESGATANDO CARNAVAIS
( Compartilho na certeza de que a cultura tombense é extraordinária e em homenagem aos jovens que resgatam a história. Em especial para a Isabella Vargas e toda a sua família.)
DESFILE NO MORRO DO QUEROSENE
O surgimento da Escola de Samba Balança Roseira foi um marco divisório no carnaval de Tombos. Pode-se dizer que a comunidade rachou num radicalismo bravo de nós ou eles. Que nem o clima tenso dessas eleições.
Mal imaginava o Zé Lage ser um instigador da luta de classes no reino do Rei Momo e em Tombos, a terra do carnaval, que conforme nos traduzia a beata Tote: - Car de carne. Aval de avacalhação. Carnaval= Avacalhação da carne. E o pau comeu. E a classe média da Não Venhas Assim, escola rival e ultra tradicional passou a ser a Escola dos Ricos.
Vale um parênteses para lembrar a todos que eu prefiro ser essa metamorfose ambulante e já desfilei na Azes do Ritmo, Cordão do Sempre Viva, Boi Pintadinho, Não Venhas Assim, na Banda da Madrugada e naquele justo ano defendia o verde e rosa do Balança com muito orgulho e devoção ao lado de uma turma de primeira assessorada pelo nosso inesquecível Dr. Antonio Luiz e foi dele o ardiloso plano.
Durante todo o ano que antecedeu o dito carnaval já a comunidade, envolvida com plumas, paetês, cetins, costureiras, enredos, alas e carnavalescos, fervia em fofocas malignas de línguas alcoviteiras correndo soltas na tentativa de desvendar o mistério das fantasias uma da outra. Segredos absolutos. Tinha gente que virava a cara, trocava de calçada para nem ver o militante inimigo. As vezes um primo, um amigo da família, um irmão, todos divididos pela simpatia e aversão a uma outra agremiação carnavalesca.
Não resta a menor dúvida de que os recursos eram mesmo escassos e a competição estava acirrada. Qual seria a escola campeã daquele carnaval? A Prefeitura trouxe juízes neutros para comporem o corpo dos jurados que ficavam no palanque oficial como responsáveis pelas notas que definiriam as premiações. E os recursos eram mesmo muitos escassos. O pior é que corria pelas esquinas que a Não Venhas Assim viria riquíssima com passistas do Rio De janeiro.
Estávamos confabulando no bar do Dominguinhos sobre a nossa inevitável derrota quando o Dr. Antonio Luiz chegou com os bolsos cheios de bombinhas, uns três rolos de barbante, cola e um monte de bandeirolas dessas das festas juninas. Dividiu a carga conosco e convocou: - Venham comigo!
Dali, num grupo de 8 ou 10, fomos direto para o Morro do Querosene onde a primeira tarefa foi a de arranjar escadas emprestadas com os moradores que começaram a nos seguir curiosos. E começamos a colar as bandeirolas nos barbantes enquanto o Dr. Antonio orientava de um poste a outro onde deveriam ser dependuradas. Foi aí que apareceu na janela a dona Rufina, afro descendente gorda e catadeira de café.
- Pra que isso, genteee!
Nesse momento o Dr. subiu num banquinho de madeira e emocionado dirigiu-se a pequena multidão. Disse ele, como se na beira de um túmulo:
- Estamos decorando a rua porque a nossa Escola vai desfilar aqui. A diretoria recebeu hoje um comunicado da prefeitura proibindo o Balança de desfilar na avenida por ser uma Escola de pretos e de pobres!
Revolta geral. Urros. Berros. Até eu, sabendo que aquela era uma incrível mentira do Dr. Antonio. não contive as lágrimas. Dona Rufina praticamente pulou a janela com a elegância de um hipopótamo e bradou engrossando as veias do pescoço.
- Se nóis num desfila lá, ninguém desfila!
- Se for todo mundo a gente faz medo neles e é capaz deles deixarem. ( disse o Dr.)
- Isso mermo! Vamo todo mundo!
- Mas atenção, interferiu definitivo o ilustre advogado:
- Não joguem pedras.
Só sei que o Balança desfilou primeiro e quando saiu da avenida o povo foi atrás deixando as arquibancadas praticamente vazias para o excelente desfile da Não venhas. Enquanto lá no palanque os acuados jurados se esquivavam dos apupos da plebe irada:
- Balança! Balança! Quem vota nos rico vai entrar no pau.
Findo o desfile lá foram eles rodeados por policiais e autoridades para o prédio da Prefeitura de onde saiu, quase cinco horas depois um rigoroso empate. E todos comemoram a vitória.
O Balança tava mais simples e pobre mas enlouqueceu o povo. Ainda mais que a fabulosa destaque Sissi, do sêo Luiz, abriu o desfile da escola completamente nua sambando sobre os paralelepípedos.
Você se lembra amor? Nossos corpos suados debruçados sobre a ponte e um cheiro de lança no ar. No outro ano eu passei para a Não Venhas junto com o grande carnavalesco Dr. Edgar assessorado pelo Zé Biscoito e nasceu a K-Samba.
Você se lembra amor, eu até perdi o lenço! Foi há tanto tempo mas parece que foi ontem e era carnaval.
Edmar Souza Moreira
Dêscanse em PAZ Nossos sentimentos aos familiares
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