Em apenas três
meses, um grupo de três produtores e quatro técnicos do Programa de Assistência
Técnica e Gerencial (ATeG) Café+Forte, do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, conseguiu
o selo Rainforest Alliance. A
certificação internacional identifica cafés cultivados em propriedades que
seguem rigorosamente as leis do país e os padrões socioambientais estabelecidos
pela certificadora.
Os sete pequenos
produtores da agricultura familiar têm, em média, uma área de 15 hectares de
café plantado e são os primeiros desse porte a conseguir esse selo entre os 36
mil cafeicultores da Região das Matas de Minas.
Feito no modelo
convencional, o processo de certificação leva cerca de um ano até a sua
conclusão. O tempo recorde do grupo foi resultado do comprometimento dos envolvidos,
uma vez que a certificação em grupo só é validada se todos forem bem avaliados
na auditoria, da assistência técnica e gerencial e da tecnologia da startup
CertifiCafé. Ela é uma das startups da Rede Azys de
Inovação e está avançada no processo de seleção para fazer parte do portfólio
da NovoAgro Ventures.
Fundamental para a
agilidade do processo, a startup elabora o diagnóstico da propriedade e
disponibiliza um aplicativo que mostra aos cafeicultores as adequações a serem
feitas. A cada etapa concluída, os produtores lançam na plataforma as
comprovações em texto, áudio ou imagens e recebem relatórios sobre os
progressos alcançados.
Ao final, toda a
documentação necessária para a certificação fica disponível, de forma digital,
para os produtores e os auditores, simplificando e diminuindo o custo do
processo e otimizando o tempo de auditoria na propriedade.
A superintendente
do INAES, Silvana Novais, conheceu a ideia ainda no início, no evento Avança
Café, promovido pela Embrapa em 2019. Reconhecendo o potencial e aplicabilidade
da tecnologia para os produtores rurais, Silvana se prontificou a auxiliá-los
no desenvolvimento da startup. E foi ela quem fez a ponte entre o grupo das
Matas de Minas e os empresários Mauro Júnior, Luciano Oliveira e Leonardo
Diniz.
“Esse projeto
piloto contou com o olhar essencial dos agrônomos técnicos do ATeG Café+Forte.
O programa prepara os produtores para organizar a propriedade, e a plataforma
os faz enxergar as melhorias que precisam fazer para obter a certificação.
Nesse sentido, um completa o outro, e fiquei muito feliz com o resultado”,
explicou Silvana.
Avaliações
positivas
“Ficamos felizes ao
constatar mais uma vantagem do Programa ATeG, que é a economia durante o
processo de certificação. A aprovação do grupo demonstrou que obter esse selo é
possível e viável para os pequenos produtores. A solução da CertifiCafé
democratiza a certificação e esperamos levá-la a mais atendidos pelo ATeG. A
certificação gera oportunidade de crescimento e abertura para o mercado
internacional.” - Marcos Reis, gerente do
Sistema FAEMG/SENAR/INAES em Viçosa
“A metodologia do
ATeG já atende a muitas exigências das certificações, tendo como pontos fortes
a sustentabilidade, o manejo integrado de pragas e doenças, o manejo da água e
do solo e a gestão. O SENAR também oferece aos produtores treinamentos que são
exigidos pela legislação brasileira e, com isso, temos produtores mais
preparados.” – Daniel Prado, supervisor
do programa na regional Viçosa, que participou do grupo junto com a esposa Dulcinéia Prado
“O Sistema FAEMG
está preocupado em levar tecnologia e inovação para os produtos, e a parceria
da CertifiCafé com o ATeG comprova a efetividade e a importância dessa conexão.
Com as orientações técnicas e a nossa metodologia, conseguimos o resultado a um
custo 60% menor do que a certificação no método convencional.” – Mauro Júnior, CEO da CertifiCafé
“Essa conquista é
histórica e, sem o ATeG, seria impossível. Rodamos 4.000 quilômetros para
acompanhar o grupo de perto. Conseguimos mudar a mentalidade do produtor, que
achava a certificação difícil e demorada e, agora, estão a vendo como aliada.
Queremos treinar os técnicos do ATeG para usarem a tecnologia e multiplicarem
esse feito.” – Luciano Oliveira,
consultor e CMO da CertifiCafé
“Certificações em
grupo diminuem os custos para todos os envolvidos. Para nós, foi importante
participar desse projeto piloto para conhecer o perfil dos produtores da região
e entender as demandas para mais trabalhos. O selo Rainforest Alliance é uma chancela de qualidade e sustentabilidade
importante. Existe uma procura crescente por produtos com esse certificado no mercado
internacional.” – Alexandre Schuch,
gerente do Group Ecocert no Brasil
“Sempre nos
preocupamos com a sustentabilidade na nossa propriedade, e a conquista do selo
é uma vitória para nós. Somos gratos pela oportunidade de fazer parte desse
grupo.” Selma Garcia Gonçalves ,esposa de
Arnaldo Gonçalves, atendidos pelo ATeG,em Divino
“Participei do
processo como produtor e como técnico do ATeG. A conquista foi uma satisfação
dupla. Nesse período, trabalhei com os produtores Rogério Dutra e Gilson
Clemente uma visão mais criteriosa da organização das propriedades e,
principalmente, da qualidade de vida e segurança do trabalho.” - Tadeu Vieira Otoni, técnico do ATeG em Santa
Margarida
“Trabalhamos em
família no Sítio Jasminum e a certificação só foi possível porque contei com o
auxílio dos meus pais e irmãs. Vencemos juntos. Fiz o plano ambiental e o
licenciamento, e o meu pai melhorou a organização e a eficiência na execução
das atividades em campo. Trabalhamos com café especial, e o selo é um grande
passo para a produção de cafés sustentáveis. A experiência foi um aprendizado
que levarei aos produtores que acompanho no ATeG.” – Jéssica do Carmo, técnica de campo do ATeG e produtora
Lista dos certificados:
Dulcinéia Carvalho
de Abreu Prado
Jéssica do Carmo
Sebastião Brinate
Tadeu Vieira Otoni
Rogério Dutra
Arnaldo Gonçalves
de Jesus
Gilson Gomes
Clemente
Foto 01: Tadeu
Vieira Otoni técnico do ATeG e Mauro Júnior CEO da CertifiCafé
Foto 02: Produtor
Rogério Dutra
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