quinta-feira, 27 de junho de 2013

Carangolense Tallis Gomes voando alto com seu projeto. Notícia republicada de O GLOBO.

Start-up carioca Easy Taxi recebe investimentos de R$ 30 milhões e planeja expansão internacional


Tallis Gomes, diretor-executivo da Easy Taxi
Foto: Divulgação/Leo Neves
Tallis Gomes, diretor-executivo da Easy TaxiDIVULGAÇÃO/LEO NEVES
RIO - Há pouco mais de um ano, o empresário Tallis Gomes, fundador e diretor-executivo da start-up carioca Easy Taxi, se esforçava para convencer taxistas de que valia a pena se cadastrar em sua recém-lançada plataforma de pedido de táxi pelo smartphone. Hoje, após contar com cerca de 30 mil motoristas no sistema, estar presente em 11 cidades brasileiras e nove estrangeiras, a Easy Taxi se prepara para planos mais ambiciosos. A empresa anunciou, nesta segunda-feira, um aporte de R$ 30 milhões, realizado pelo fundo de investimento LIH (Latin America Internet Holding), da Rocket Internet e da Milicom, e planeja estar presente em 25 países até o fim do ano.
Essa é a segunda rodada de investimentos da start-up. A primeira, em outubro de 2012, foi de R$ 10 milhões. Desde então, o aplicativo, disponível para Android, iOS e BlackBerry Z10 (uma versão para Windows Phone está a caminho), já acumula 1 bilhão de downloads, em um segmento bastante movimentado: uma busca pela palavra “taxi” na loja de apps do Android retorna com pelo menos oito serviços semelhantes, como 99Taxis, SaferTaxi e Resolve Aí.
Apesar da forte concorrência, a empresa, criada em abril de 2012, afirma ser pioneira na América Latina. A ideia para o aplicativo surgiu ainda em 2011, a partir de uma constatação da realidade carioca, que se estende a diversas metrópoles, sentida na pele por Tallis: em muitas ocasiões, ainda é difícil conseguir um táxi rapidamente.
— Estava participando de um evento de start-ups no Leblon e fiquei cerca de meia hora esperando por um táxi, em uma noite chuvosa. Na época, planejava fazer um aplicativo de monitoramento de ônibus, mas mudei de ideia e resolvi investir nessa solução — conta o empresário, de 26 anos.
Como funciona
O app usa o GPS do celular para localizar o usuário. É possível confirmar o endereço exato e informar pontos de referência. Também é possível fazer o pedido pelo desktop. Quando um cliente emite um pedido, o sistema busca um motorista livre que esteja próximo. A ferramenta é independente de cooperativas e gratuita para os passageiros. Dos taxistas, é cobrada uma taxa de R$ 2, única fonte de monetização da empresa.
— É mais do que o suficiente. Queremos ganhar na quantidade. Chegamos a esse valor perguntando de porta em porta, nos hotéis, quanto que as pessoas que agenciam táxi cobram de gorjeta. A média era de R$ 2, e decidimos adotar esse valor — explica o diretor.
O executivo afirma que a empresa priorizará países que tenham problemas de mobilidade urbana, planejando atuar no vácuo de ineficiência do sistema de transportes. Em julho, o serviço estreia na Tailândia, Filipinas e Hong Kong.
No Brasil, o principal objetivo é investir em divulgação. Além de continuar a investir em campanhas sociais, como a “se beber, vá de Easy Taxi”, feita em parceria com uma cervejaria, a empresa precisa conseguir novos motoristas. A relação entre os taxistas e a start-up não é a mesma que ocorre em uma cooperativa. Com exceção da “gorjeta eletrônica” de R$ 2, não há qualquer cobrança de taxas. No entanto, convencê-los a lidar com uma ferramenta 100% online ainda exige uma mudança cultural.
— No início, foi mais difícil. Até hoje, os smartphones não são tão acessíveis. Nessa época, a gente tinha que chegar ponto a ponto. Também fizemos abordagens em postos de gasolina até conseguir os primeiros 20 taxistas. Cheguei a investir do próprio bolso para comprar 20 smartphones para eles. Ainda tem essa visão de que smartphone é artigo de luxo — comenta Gomes.
Outro desafio é manter a ferramenta funcionando adequadamente, sem sofrer os efeitos do inchaço da base usuários. Em seu site, a empresa promete a chegada de um carro em até 10 minutos, salvo problemas extraordinários de trânsito. Em geral, a avaliação dos usuários é positiva nas lojas de aplicativos, mas alguns comentários na loja do Android reclamam de mau funcionamento do sistema.
— A gente leva a execução muito a sério. Esse mercado ainda está sendo criado. É algo muito novo. Não podemos ter medo de errar. O importante é consertar tudo muito rápido — afirma o empresário.

Fonte. Transcrito de O GLOBO.

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